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Unidades de ensino se unem com diversas atividades em mobilização pela paz
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Por Brunella França, com edição de Andreza Lopes


Mobilizar vivências e produções coletivas que proporcionem atitudes positivas, além de promoverem espaços de diálogo com exercício de escuta sensível e empática das crianças, estudantes e profissionais, refletindo e transformando situações adversas e conflitivas em práticas educativas inclusivas e transformadoras.
Nesta quinta-feira (20), todas as 103 unidades de ensino de Vitória se uniram na mobilização pela paz, com atividades propostas na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
"A construção de uma cultura de paz pressupõe que toda a escola esteja disposta a estabelecer uma relação que se realize por meio do diálogo, de ações cooperativas e participação ativa de todo o coletivo da escola, na busca por soluções e encaminhamentos para os conflitos cotidianos e a construção de valores de ética e de cidadania", destacou a secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner.
A proposta, coordenada pela Secretaria Municipal de Educação, é que a ação seja realizada na segunda e terceira aulas, anterior ao intervalo de recreio, e no início das aulas da EJA. Cada unidade de ensino, com sua comunidade escolar, criou o roteiro das atividades a serem desenvolvidas.
Educação Infantil
As propostas de experiências e interações curriculares na Educação Infantil contemplaram as singularidades e enunciações das crianças. Jogos colaborativos, brincadeiras, painéis interativos, dramatização com fantoches, rodas de conversa, contação de histórias, músicas, dinâmica da lata de empatia foram algumas das atividades planejadas nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei) da capital.
"Dialogar e refletir com crianças e famílias sobre atitudes de paz é o ponto de partida para vivenciarmos uma cultura de paz. É preciso espalhar o bem e as práticas que promovam atitudes pacíficas. A paz precisa ser anunciada e vivenciada, precisa contagiar com sentimento de cuidado, afeto e respeito na certeza de que a paz começa em cada um de nós. Hoje, a paz no Cmei Yolanda Lucas foi pensada, refletida, cantada, desenhada, escrita e dançada porque acreditamos que a paz pode e deve ser a força a nos mover", pontuou a diretora do Cmei Yolanda Lucas da Silva, em Inhanguetá, Zenaira Pereira.
A partir do projeto institucional "O mundo encantado do ZVA: Literatura, Fantasias e Contos de Fadas", a equipe do Cmei Zélia Vianna de Aguiar planejou ações com as crianças. "As professoras selecionaram livros com palavras de afetividade, contaram histórias e selecionaram uma palavra para ser concretizada em um pedaço de madeira, para ornamentar nossa entrada da escola. Nosso objetivo foi falar de valores, deixar nossas crianças seguras, pois escola é lugar de paz", ressaltou a diretora Maria Jailma.
No Cmei em Tempo Integral Maria Goretti Coutinho Cosme, que fica no bairro Cruzamento, o dia foi de vivência com diferentes atividades realizadas com as crianças: os Círculos de Paz, uma experiência já experimentada em nossa rede de ensino, e também pela equipe do Cmei. Assim, a partir dos objetos, poemas, cartazes e flores, enviados pelas famílias, e também das histórias contadas pelas professoras, foram realizados os Círculos de Paz, em que cada professora montou o tapete em que as crianças tiveram vez e voz, ao falarem dos sentidos da construção de uma cultura de paz.
"Queremos potencializar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças, a prática do diálogo e da escuta atenta. Essas atividades têm como finalidade promover a cultura da paz, resgatar a importância de valores para o desenvolvimento de uma sociedade sem violência. É uma forma de fortalecer os direitos humanos, reduzir a violência e promover a inclusão de todas as crianças, independentemente de suas diferenças", detalhou a diretora Angela Francisca Fiorio.


Ensino Fundamental
Para as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef), a proposta era conversar com as crianças e estudantes que no dia a dia nos relacionamos com pessoas em diferentes espaços, na escola e fora dela. Nessa conversa, é importante explicar a importância de ter atitudes de respeito e cuidado com as pessoas, meio ambiente e interesse pelo bem da comunidade e que as atividades que serão realizadas ajudam a pensar essas questões.
"O tema da paz é uma construção diária, sempre temos muito que aprender. É fundamental criar momentos e espaços de diálogo e incentivo à promoção da paz na escola e na vida dos nossos estudantes. Escola é o reflexo da sociedade e nela podemos criar ambientes de paz e convivência harmoniosa", afirmou o diretor da Emef Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé, Fábio Arthur
Construção de diálogos direcionados, uso de música, poesia, histórias em quadrinho, tirinhas, vídeos, leituras que abordam temas relacionados à cultura de paz foram alguns caminhos encontrados para as dinâmicas.
"É importante despertarmos na comunidade que a escola é um ambiente onde a paz deve sempre estar presente. A escola sempre foi um ambiente seguro para nossas crianças e estudantes, jamais poderemos abrir mão disso. Trabalhar a cultura de paz nas escolas é responsabilidade de todos. Precisamos ter a tranquilidade para que a escola contribua para que os estudantes construam o seu conhecimento e tornem-se cidadãos de direito. Bom sempre entendermos que a paz é construída dentro de cada de nós. Foi essa mensagem que passamos aos nossos estudantes", disse o diretor da Emef Neusa Nunes Gonçalves, em Nova Palestina, Elizeu Moreira.
Em Santo Antônio, na Emef Alberto de Almeida, as atividades foram realizadas com e pelos estudantes a partir da frase "a paz é possível". Para o diretor Melquisedeque Silveira, a cultura de paz é necessária para garantia de relações cordiais e respeitosas entre os estudantes, profissionais da educação e famílias.
"Os estudantes fizeram uma pequena, mas expressiva apresentação de músicas com temas referentes ao amor e à paz e fizemos um ato simbólico a partir da biografia do profeta Gentileza. Toda comunidade escolar manifestou a gentileza e o amor, em detrimento do ódio, através de um abraço, um aperto de mão e muitos abraços coletivos", contou o gestor escolar.
Em São Benedito, na Emef Paulo Roberto Vieira Gomes, a diretora Sirlei Conopca disse que as ações foram pensadas a partir da premissa "a paz começa em mim". "É uma forma de fortalecer os direitos humanos, reduzir a violência e promover a inclusão de todos os estudantes, independente das diferenças", resumiu.
Educação de Jovens e Adultos
Um dos objetivos da EJA é promover diálogos e encontros colaborativos, ampliando a criticidade nos estudantes acerca de assuntos relevantes do cotidiano, pensando e repensando as práticas e valores humanos. A intenção da proposta para os estudantes jovens e adultos da rede é produzir reflexões que ajudem na construção de uma cultura de paz, criando novas identidades coletivas e comunitárias a partir de construções de pontes intermediadas pela gentileza, pelo respeito e pelo cuidado com todos, na tentativa de consequentemente, ir destruindo os muros construídos historicamente entre as pessoas.
O fio condutor das atividades na EJA foi a canção "Gentileza", da cantora Marisa Monte, desdobrando em atividades, como: rodas de conversa, produção de cartazes, confecção de um "muro" de reflexões, desfile do "Bloco da Gentileza", e declamação de poema.
"Em nossa escola, construímos a cultura de paz todos os dias, efetivando um currículo que luta contra as diferentes formas de exclusão. Nossos temas sempre perpassam pela agenda antirracista, anti-homofóbica e anticlassista. Trabalhamos com uma perspectiva de avaliação que reconhece o valor de cada educando. E fazemos isso em nossa rotina diária. Todos os dias, nas acolhidas, aulas de campo, atividades em sala e na formação de nossos educadores", ressaltou a diretora da Emef Admardo Serafim de Oliveira, referência da EJA, Cleidimar Rosalino.
Compromisso com a rede
A Secretaria de Educação de Vitória, acompanhando e assessorando a gestão dos processos educativos na rede de ensino, assumiu o compromisso de implementar uma política de educação para a cultura de paz a partir do desenvolvimento de ações de caráter institucional e intersetorial, que visam a garantir a convivência dialógica saudável para todas as crianças, adolescentes, jovens e adultos nas unidades de ensino, assim como membros da comunidade escolar e local.
Os documentos municipais de Diretrizes Curriculares da Educação Infantil (2020), a Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (2020) apresentam a importância da promoção de uma cultura de paz no ambiente escolar com o desenvolvimento e o fortalecimento de valores, atitudes e comportamentos baseados no respeito à vida, na promoção e prática da não violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação com o trabalho sistematizado quanto às formas de relacionamento entre os integrantes da comunidade escolar, o respeito ao outro, bem como o resgate da autoestima e a garantia do direito de aprender de cada estudante.

