Cleusa há mais de duas décadas participa da rotina no Centro de Convivência de Jardim Camburi
Neste 1º de outubro é celebrado o Dia Internacional da Pessoa Idosa. As vozes de quem frequenta o Centro de Convivência da Pessoa Idosa (CCTI), unidade da Secretaria Municipal de Assistência Social de Vitória (Semas), mostram como os espaços públicos vão muito além de atividades: eles representam encontros, acolhimento e qualidade de vida.
É o caso de Cleusa Ferreira de Aquis, 81 anos, que há mais de duas décadas participa da rotina no Centro de Convivência de Jardim Camburi. Para ela, cada dia é uma nova experiência. "A minha rotina no Centro de Convivência é tudo de bom. Participo de segunda a sexta-feira. Segunda, estou no grupo de percussão, tocando afoxé. Terça, temos palestra e dinâmicas, que são momentos de muita confraternização. Quarta e quinta, faço ginástica funcional, sempre acompanhada por um técnico. Já na sexta-feira, participo do grupo Sol Poente, do qual sou presidente", contou.
O grupo Sol Poente é parte importante da história dela e também do próprio centro. "Esse grupo existe há mais de 40 anos e foi justamente a partir dele que nasceu o Centro de Convivência. Eu já frequento há 22 anos. No começo, nossas atividades aconteciam em uma pequena casa em frente à academia Salute. Com o aumento da frequência, fomos contemplados com a casa onde estamos até hoje", relembra Cleusa.
A idosa se emociona ao destacar o impacto do espaço em sua vida e na de tantas pessoas. "O Sol Poente foi pioneiro e responsável pela fundação do Centro de Convivência de Jardim Camburi. Eu vi essa história acontecer de perto, e é muito gratificante saber que o que começou pequeno hoje atende tantas pessoas. Os benefícios são imensamente satisfatórios e, sinceramente, eu gosto de participar de tudo. Qualquer atividade que acontece, eu estou dentro", disse, animada.
Foto Divulgação
Maria Estela das Dores Lacerda também encontra no espaço um motivo especial para sorrir e se sentir acolhida
Aos 83 anos, Maria Estela das Dores Lacerda também encontra no espaço um motivo especial para sorrir e se sentir acolhida. "Frequento o CC há uns dez anos. Vim para Vitória já idosa e sem conhecer ninguém, e foi meu grande achado. O espaço se tornou meu ponto de encontro, onde mantenho contato com pessoas da mesma faixa etária, tornando nossos dias mais agradáveis. Sem dúvida, somos bem tratados por equipes preparadas para nosso atendimento. Sempre pode melhorar, claro, mas tenho que agradecer pelo comprometimento em nos fazer felizes", disse.
Atualmente, a Semas mantém Centros de Convivência da Pessoa Idosa (CCTIs) espalhados pela capital. Nesses espaços, os idosos participam de atividades de movimento do corpo, educacionais, culturais, artísticas e de lazer, além de momentos voltados para a cidadania. As ações fortalecem vínculos afetivos, valorizam a autoestima e previnem o isolamento social, desafios que se tornam ainda mais relevantes com o avanço da idade.
Segundo a coordenadora do Centro de Convivência de Jardim Camburi, Ana Paula Goldner, o trabalho realizado nesses locais têm papel fundamental no contexto social. "Os Centros de Convivência se tornaram equipamentos potentes de legitimação dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos enquanto política pública instituída para a pessoa idosa no SUAS. No cenário pós-pandêmico, em que observamos o agravamento do isolamento e da fragilidade após tantas perdas, os Centros são uma porta aberta que devolve qualidade de vida e acesso a direitos básicos, como pertencimento, fortalecimento de laços comunitários e de amizade", destacou.
Para participar, basta ter 60 anos ou mais, morar em Vitória e procurar um Centro de Convivência mais próximo. Uma oportunidade de transformar a rotina em dias mais leves, felizes e cheios de convivência.