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Vale do Mulembá vira sala de aula para professores da rede municipal
Publicada em 01/06/2022, às 14h30 | Atualizada em 01/06/2022, às 16h30
Por Fernanda Sant'Anna, com edição de Fernanda Sant'Anna
Com a colaboração de Brunella França
Professores e professoras da Rede Municipal de Ensino da Prefeitura de Vitória tiveram a oportunidade de vivenciar o Parque Natural Municipal Vale do Mulembá para discutir "Agroecologia, Sociedades Sustentáveis e Educação Ambiental: Perspectivas dialéticas e dinâmicas".
A formação foi organizada e realizada pela Gerência de Formação e Desenvolvimento Educacional (GFDE) da Secretaria Municipal de Educação (Seme), em parceria com a Gerência de Educação Ambiental (GEA) e a Coordenação Administrativa de Unidades de Conservação (CAUC) da Gerência de Pesquisa e Monitoramento de Ecossistemas (GPME), ambas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam).
O encontro faz parte da política de formação continuada para profissionais da educação da Seme e reuniu 40 docentes. Os professores de geografia, tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre a temática por meio de trilhas interpretativas e as potencialidades que o Parque Vale do Mulembá como um espaço educador.
"A formação foi muito apropriada, com palestras muito interessantes e de excelente nível. Sem contar a alegria de rever grande parte dos meus colegas de docência. Achei o lugar muito interessante para levar até mesmo um grupo de estudantes para uma aula prática. Pensei que o acesso ao lugar fosse difícil, mas me enganei completamente, pois achei o acesso tranquilo", afirmou o professor Júlio César.
Ambiente de aprendizado
As ancestralidades do local também colaboraram com o ambiente de aprendizado. Uma vez que é no Parque que é extraída, sob supervisão da Semmam, a matéria-prima que é utilizada para o ofício da produção das panelas de barro em Vitória, elemento identitário da cultura capixaba.
As discussões foram mediadas pelo Doutor Aramis Cortes, professor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e pelo Geógrafo da Gerência de Educação Ambiental da Semmam, Idelvon Poubel, que também é mestre em educação.
"Constitui-se em um momento de grande importância na formação continuada do magistério capixaba, haja vista que o encontro contemplou a teoria e a prática em torno da apropriação de um dos espaços mais significativos do município de Vitória, o maciço central, e enalteceu, valorizou a dialogia, o intercambio de ideias e percepções", destacou o professor Marcelo Scabelo da Silva.
Formação continuada
Segundo as formadoras da GFDE Priscila Lauret e Jaciara Melo Beceveli, entre os objetivo da formação, estão garantir espaços de reflexão, participação, estudo e aprofundamento de temáticas atuais e significativas, ligadas ao currículo, formação docente que estimule o professor a refletir sobre sua prática docente, sensibilizando-os e corresponsabilizando-os quanto à importância da formação, além de assegurar o reconhecimento e a valorização das histórias e das culturas do povo negro e indígena e suas formas de interação.
A partir da discussão do tema proposto, "Agroecologia, Sociedades Sustentáveis e Educação Ambiental: Perspectivas dialéticas e dinâmicas", a ideia era possibilitar o reconhecimento e a valorização da cultura capixaba em suas diferentes formas de manifestação, bem como as questões que envolvem a mulher, o negro e o índio no território capixaba, bem como retomar conceitos de territórios e territorialidade, contidos nas Diretrizes Curriculares, e o entendimento dos espaços constituídos em diferentes momentos históricos considerando as significativas formas de relação com a natureza, entre eles e com o lugar, em diferentes escalas espaciais.
A abordagem e o diálogo que emergiram das inúmeras experiências, já vivenciadas pelo grupo escolar alavancaram o intercambio de ideias e percepções inerentes à relevância de se harmonizar as relações socioculturais com a apropriação do espaço.