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Ordem de serviço para revitalização da área de queima das paneleiras é assinada

Publicada em 24/02/2018, às 16h30

Por Melissa Künsch, com edição de Alexandre Lemos


Diego Alves
Ordem de Serviço Galpão das Paneleira
O prefeito Luciano assinou a ordem de serviço para o início das obras da área de queima das paneleiras. A previsão de término é em 5 meses
Diego Alves
Ordem de Serviço Galpão das Paneleiras
O local também promete ser ideal para turistas aproveitarem a vistas e fazerem registros fotográficos da paisagem do entorno

As paneleiras de Goiabeiras vão ganhar em breve uma área revitalizada para confecção de suas tradicionais panelas de barro. Foi assinada neste sábado (24) a ordem de serviço para início das obras que vão deixar a área de queima, anexa ao Galpão, mais segura e organizada para as artesãs e, ainda, mais atrativa para os turistas que freqüentam a região.

"Essa obra vai ligar o bairro de Goiabeiras à Ilha das Caieiras, por meio da construção do deque, que vai permitir o embarque e desembarque no Galpão das Paneleiras. Assim, as panelas que fabricam e servem nossa deliciosa moqueca capixaba estão sendo fabricadas num bairro e usadas para servir nossa tradicional culinária em outro numa cadeia que atende as mais diversas e significativas pessoas e lugares”, disse o prefeito de Vitória, Luciano Rezende.

O prefeito disse que a jazida de barro é colhida, exclusivamente, em Goiabeiras e poderia ser traduzida numa joia preciosa e que é nossa. “O turismo tem destaque em cidades bem planejadas. Permite o diálogo, a interação, valoriza o entretenimento e a diversão, atende jovens e adultos. Planejado propaga a imagem do destino, atende moradores, comunidades e visitantes e aqui temos um bom exemplo de atrativo que merece ser valorizado e nos orgulha” avaliou.

De acordo com a presidente da Associação das Paneleiras de Vitória, Berenícia Corrêa, ter uma estrutura adequada para o trabalho era uma reivindicação antiga, necessária e que agora se concretiza de maneira estrutural. “Nós, as paneleiras ficamos felizes porque prevaleceu o diálogo, a parceria da Prefeitura com a faculdade e a sensibilidade de enxergar neste lugar uma representação do que é tão útil e significativo para Vitória”, disse.

Estruturação

Segundo o Diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), Leonardo Krohling, o Galpão das Paneleiras é o segundo atrativo turístico mais visitado de Vitória e representa nossa história e cultura. Ele destacou que agora se valoriza a área de queima e o entorno, lugares de belezas próprias. “Será feita a urbanização da rua e uma cobertura que oferecerá maior conforto. As lenhas terão lugar específico para acondicionamento e para que fiquem empilhadas, enfim, a atrativo se organizará ainda melhor”, destacou.

Krohling destacou que o deque de madeira e o flutuante para embarque e desembarque de visitantes vão transformar o lugar. Ele contou que por ali será possível fazer de barco um belo passeio para a Ilha das Caieiras. “E é uma compensação da faculdade que sofre influência e foi sensível à causa. Caberá à Prefeitura fazer a iluminação para que os visitantes também se surpreendam com o atrativo turístico durante a noite”, comemorou.

Expectativa

Segundo a secretária de Desenvolvimento da Cidade de Vitória, Lenise Loureiro, a obra servirá diretamente às paneleiras que terão melhores condições de trabalho e também ao turista que será recebido num lugar estruturado e de acordo com sua expectativa. “O atracadouro também permitirá que os visitantes tenham a opção de dali seguir para um restaurante e provar nossas delícias da culinária local, além de curtir belas e surpreendentes paisagens, os manguezais, além de interagir com o morador, com os pescadores e guias de turismo”, elogiou.

A previsão para término das obras é em cinco meses. Ao final desse prazo, o local estará completamente diferente do formato atual, mas mantendo as características e estruturas necessárias para o preparo do artefato que tanto representa a cultura capixaba.

A área de queima, para onde as artesãs levam as panelas após a moldagem, será delimitada, com cinco espaços para o processo. O passo seguinte, o açoite, será feito em uma área coberta com material anti-inflamável. A área terá ainda um depósito para as madeiras e outro para o barro utilizado nas panelas.

Como o local fica na área de manguezal, será construído um deque de madeira, que terá uma parte flutuante. No local, poderão atracar barcos pesqueiros da comunidade do entorno e também embarcações turísticas. O local também promete ser ideal para turistas aproveitarem a vistas e fazerem registros fotográficos da paisagem do entorno.

Parceria

Com a criação do Galpão das Paneleiras, em 7 de julho de 1987 – que passou por várias intervenções até alcançar o estado atual –, além do quintal das casas, a queima da panela se dá em área pública anexa ao espaço, próximo do manguezal, ao ar livre.

Em 2015, a administração municipal definiu a requalificação da área como projeto estratégico, que teve recursos viabilizados através do Termo de Contrato de Execução de Medidas Mitigadoras e Compensatórias 014/2015, firmado entre Vitória e a Embrae – Empresa Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão S.A. (Multivix), que ficou responsável pelas obras.

A partir do termo, a Prefeitura, acompanhada do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), iniciou processo participativo para definição das diretrizes para a obra junto com as paneleiras, principalmente as que atuam na área de queima.

Em 2016, o projeto executivo foi concluído e iniciado o processo de licenciamento e aprovação do mesmo. Após aprovação, em outubro de 2017, a Multivix iniciou a contratação da empresa de engenharia para execução da obra.

Segundo o gerente de Operações da faculdade Multivix, Álvaro Milleri, desde o projeto arquitetônico e nas discussões de questões ambientais a faculdade participa junto à comunidade das decisões. “O grupo emprega mais de 100 moradores do nível técnico até professores que residem na Grande Goiabeiras. Desde o início da escolha do lugar pela comunidade e durante a concepção do projeto participamos e sempre com auxílio de secretarias municipais num trabalho conjunto com resultados positivos explícitos”, disse.


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