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Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) de Vitória completa três meses
Publicada em 08/05/2023, às 11h00 | Atualizada em 08/05/2023, às 14h03
Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Se somarmos o período de elaboração, aprovação e implementação do Serviço de Atendimento no Domicílio (SAD), da Secretaria de Assistência Social (Semas) de Vitória, para pessoas idosas e com deficiência, com os três primeiros meses de trabalho efetivo, veremos que foram seis meses de muita dedicação, trabalho, fortes emoções, aprendizado e, o mais importante, a certeza do acesso a direitos dessa população.
Para algumas pessoas, a implantação do SAD pode significar apenas o cumprimento das ofertas da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, normativa que possibilitou a padronização em todo território nacional, aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) regulamentada em 2009.
Para os 18 membros da equipe responsável pela execução do atendimento social com as famílias no domicílio, o processo operacional do serviço tem representado uma transformação na qualidade de vida das famílias e, também, na vida profissional de cada especialista do serviço, desde o momento em que iniciaram o atendimento aos 105 usuários, sendo 31 pessoas com Deficiência (PcD), 21 idosos com deficiência, 53 idosos sem deficiência.
A gerente de Atenção à Família da Semas, Cremilda Astorga, contou que neste trimestre foi priorizada a organização e a implantação do Serviço no território de abrangência dos 12 Centros de Referência de Assistência Social (Cras). "Fizemos avaliação dos fluxos com a rede socioassistencial e intersetorial, mapeamento da demanda por serviço, conhecimento do território, reuniões para alinhamento e organização da dinâmica dos processos de trabalho das equipes e busca ativa", disse ela.
Busca ativa
O trabalho de articulação com o território e a busca ativa dos usuários para o serviço permanece. "O serviço possui caráter continuado e a gestão tem se preparado para atender um número maior de pessoas idosas e pessoas com deficiência, proporcionando um atendimento humanizado e de qualidade", explicou a supervisora técnica Marília Barcelos Dal Cól.
De acordo com o Guia de Orientações, cada educador social acompanha até 20 usuários e o município possui um educador para cada território dos Cras. O serviço conta com uma equipe multidisciplinar composta por assistente social, psicólogo, educador social, gestores locais (coordenadores dos Cras), supervisor técnico e motoristas, para a realização deste trabalho coletivo e de grande potência. A supervisora técnica do SAD destacou a importância dos momentos de formação continuada, garantidos pela gestão, como o curso em Libras.
A dupla de profissionais do serviço conta com o educador social em cada território de referência. A equipe labora, junto a família, o Plano de Desenvolvimento do Usuário (PDU) de cada atendido, instrumento técnico de acompanhamento (planejamento dos atendimentos a partir das demandas, singularidades e dos objetivos a serem alcançados), tendo em vista os impactos a serem alcançados, como a prevenção de agravos que possam desencadear rompimento de vínculos familiares e sociais, ofertar possibilidades de desenvolvimento de habilidades e potencialidades, a defesa de direitos e o estímulo à participação cidadã, entre outros pontos.
A exemplo do que tem sido feito pela educadora social Mirelly Karla Oliveira do Nascimento Goulart, "Primeiro passo tem sido avaliar as particularidades e o perfil de cada usuário. A partir daí, é feito um cronograma de atendimento ao usuário garantindo a frequência e qualidade dos atendimentos e a utilização de instrumentos pedagógicos para recolocar indivíduos em situação de vulnerabilidade a retomar sua autonomia, fortalecer vínculos familiares e comunitários", comentou ela.
Partindo dessa premissa, a educadora tem usado a dinâmica "Uma imagem uma lembrança", onde utiliza cartões com imagens legendadas e, a cada cartão escolhido, a pessoa atendida falava sobre a primeira memória que vem em sua mente. "A partir das lembranças, abre-se a possibilidade das conversas, dando início as intervenções técnicas da equipe. Isso tem contribuído, de forma significativa, para o estabelecimento do vínculo, pois a dinâmica utilizada resgata memórias afetivas que gera e oportuniza o diálogo com a pessoa atendida", disse a educadora.
Conexão
Já com a educadora social Ana Carolina da Silva Valadares a coincidência da mesma cidade (Catende, PE) de sua atendida, a Sra. Josefa Maria da Silva, 83 anos, criou-se uma conexão. "Naquele momento a emoção da idosa foi visível. Ela nos perguntava se era possível conseguir fotos da usina onde viveu sua infância e da policlínica onde havia nascido, pois sente muita saudade de sua terra. A partir daí, todo o trabalho foi desenvolvido com a dinâmica "Recordar é refazer". Foram montados porta-retratos com fotos da terra natal da dona Josefa. Com os objetos em mãos, a idosa fala sobre sua história de vida e ficou à vontade olhando aquelas fotos parecendo voltar no tempo, relatando cada detalhe do tempo que passou, rindo e se emocionando", revelou a educadora social.
Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, o relato da equipe do SAD reforça a importância do serviço para o resgate da autonomia, para a melhoria da qualidade de vida e a possibilidade de garantia de acesso a direitos das pessoas idosas e pessoas com deficiência.
"O Sad é mais um serviço do Suas que reforça que há planejamento, estratégias de intervenção e objetivos a serem alcançados pelas equipes a cada munícipe atendido, e para isso faz necessário que a equipe reflita confiança e conhecimento para facilitar no vínculo: equipe Suas e família. Estamos vislumbrando mais caminhos possíveis na implantação deste serviço".