Prefeitura de Vitória

Faz parte da cultura da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Marechal Mascarenhas de Moraes, que fica em Maria Ortiz, realizar ações educativas para promover a preservação do manguezal. Afinal, Vitória tem o maior manguezal urbano da América Latina, que é berçário de várias espécies e também fonte de renda para várias famílias que moram nas redondezas.

Por isso, por meio do projeto "Aprendendo juntos sobre coleta seletiva e a poluição nos manguezais de Vitória: circuito de atividades educativas", as turmas do 6º e 7º ano têm dado um show de preservação e consciência ambiental. Foram várias atividades desenvolvidas pela professora Maria das Graças Caramuru, com apoio da professora Edna Arrebola e da pedagoga Elba Loures.

Trilha de observação do manguezal, dos resíduos e da fauna e flora; Rodas de conversa; Oficina de reaproveitamento de resíduos; Atividades educativas em sala de aula e ações educativas em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), envolvendo a escola e a comunidade, foram algumas das atividades realizadas por meio do projeto.

São estudantes que se tornam cada vez mais engajados com o tema, além de serem multiplicadores de consciência ambiental, com o foco na preservação do manguezal de Vitória. O estudante Pedro Freitas, do 6º ano, conta que após participar do projeto têm se preocupado cada vez mais com o meio ambiente.

"O projeto nos trouxe uma consciência ambiental melhor. Agora eu sei o porquê de não jogar lixo e não poluir, já que isso afeta os animais que dependem do manguezal. Eu sei agora que quando jogo um lixo no chão, como ele vai voltar pra mim. Falar disso para a comunidade é importante, sabendo que, o que aprendi dentro da escola, vou levar para eles de uma forma mais consciente", disse.

O estudante Pedro Henrique Martinelle, do 7º ano, tem conversado com a família sobre a importância da preservação do manguezal. "O projeto foi muito bom pra mim, pois ele me ensinou a importância do manguezal e que não é correto poluí-lo, pois assim, afetamos a nossa própria saúde e também dos seres vivos que precisam do manguezal para sobreviver. Tenho passado esse conhecimento para todos que posso", afirmou.

Compartilhando conhecimento

A professora e coordenadora do projeto, Maria das Graças, ressalta que esse tipo de atividade é fundamental para tornar não só os estudantes conscientes, mas também para formar uma comunidade preservadora do ecossistema.

"A reflexão da importância do manguezal foi construída observando as ações antrópicas e percebendo a falta de respeito com o mesmo, principalmente porque está inserido numa comunidade que muitas vezes não tem consciência de quanto o descarte dos resíduos no local é prejudicial ao ambiente e afeta nosso cotidiano mais do que se imagina. A maioria dos nossos estudantes mora na comunidade, e o projeto foi pensado também para trazer-lhes uma conscientização de tal forma que eles compartilhem com a famĺia, com os vizinhos e façam desse ecossistema um motivo de envolvimento e preservação."

A pedagoga Elba Loures ressaltou que a cultura e promoção da preservação do manguezal já é tradicional na unidade de ensino e constantemente fazem parte dos projetos pedagógicos desenvolvidos pelos professores em sala de aula.

"Como Vitória possui o maior manguezal urbano do Brasil e um dos maiores do mundo, sendo que parte desse manguezal está no entorno da escola, pensamos nesse projeto e também na parceria com a Semmam. Aqui, o manguezal enfrenta uma séria luta de sobrevivência pela cultura antiga do lixão que existia na região. O projeto surgiu como esperança de formar futuros cidadãos adultos conscientes, com protagonismo, acreditamos que eles poderão trazer mudança de posturas e hábitos, ajudando a revitalizar esse tão importante ecossistema".

Mão na massa

Na terça-feira (26), foi celebrado o Dia Internacional de Conservação dos Manguezais e o Dia Municipal do Manguezal. Em homenagem à data, os estudantes participaram de uma ação de limpeza do manguezal realizada pela Semmam, colocando a mão na massa e ajudando a retirar 2,8 toneladas de resíduos do local.

Além disso, enquanto caminhavam até o manguezal, eles foram conversando e conscientizando os moradores que encontravam pelas ruas. Para isso, utilizaram como apoio cartazes e materiais confeccionados por eles mesmos, trazendo de forma lúdica os conceitos de preservação e consciência ambiental para a comunidade.