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Casa Porto abre exposição com desenho coletivo de 17 artistas neste sábado
Publicada em 08/03/2017, às 08h00
Por Leo Vais, com edição de Matheus Thebaldi
Imagine criar um desenho coletivo onde um artista dá continuidade ao trabalho do outro, mas com um detalhe: ninguém sabe o que cada um desenhou. Essa é a proposta da exposição "Cadáver Esdrúxulo", ação que dialoga com os happenings e o movimento surrealista e que abre para o público no próximo sábado (11), a partir das 18 horas, na Casa Porto das Artes Plásticas.
A mostra coletiva reúne o trabalho de 17 artistas que têm o desenho como ponto comum. Ela surgiu a partir de uma série de conversas entre o artista Luciano Feijão e Fernando Gómez Alvarez, respectivamente, organizador e curador da exposição, além do reforço da linguista Bia Azurza e do apoio da coordenadora da Casa Porto, Kênia Lyra.
"No decorrer do intercâmbio de ideias, a exposição foi tomando corpo e abrangência. A pesquisa sobre métodos de trabalho que privilegiam o gesto expressivo impensado, visceral, característico do desenho e também do automatismo psíquico", explica Fernando.
Processo criativo
A obra é um trabalho de grandes dimensões, realizado em uma faixa de papel kraft espalhada ao longo de quase todas as paredes da galeria e que está centralizada à altura do olhar do espectador. Todos os desenhos têm em comum o material usado: carvão, tinta branca e nanquim, que são o fio condutor da obra.
Rick Rodrigues, um dos artistas da mostra, destaca que trabalhar com novos materiais e ter que lidar com a concepção da obra no próprio espaço expográfico foram provações pelas quais o artista passou e que o tiraram do lugar comum. "Foi um tremendo desafio trabalhar com as dimensões do desenho, já que, geralmente, trabalho com pequenos formatos. Além de todo o gestual de ter que desenhar no papel direto na parede e sair do meu ambiente criativo que é meu ateliê. Foi muito intrigante iniciar um desenho em um momento com um material e saber que depois ele será 'continuado' por um outro artista que não tem acesso ao total, apenas, aos seus extremos".
Mistério
De acordo com Fernando, o resultado final da obra é um grande mistério para os próprios envolvidos. "Os desenhos foram afixados, e a descoberta daquilo que foi feito, no caso, a criação coletiva, acontecerá apenas no vernissage, elevando as criações individuais a um outro patamar, onde cada parte resulta já inseparável da totalidade do conjunto".
Artistas x expectativas
Os artistas escolhidos foram selecionados a partir de uma pesquisa idealizada pelos organizadores da mostra - Fernando e Luciano e pela coordenadora da Casa Porto, que foram em busca de profissionais capixabas que tenham uma história ligada ao desenho.
Dessa pesquisa saíram os 17 nomes que compõem a coletiva: Ana de Sena; Alegria Falconi; André Magnago Alves; Fabíola Menezes; Fernando Augusto dos Santos; Fernando Gómez; Igor Maia; Jocimar Nalesso; Kenia Lyra; Liliana Sanches; Luciano Barreto; Mônica Leão; Renato Ren; Rick Rodrigues; Sandro Novaes; Thiago Arruda; e Valdelino dos Santos.
"Cada participante descobrirá que aquelas garatujas e manchas que realizou visceralmente a sós no cubo branco da galeria deixaram de lhe pertencer para passar a formar parte de um conjunto mais abrangente, de uma magnitude maior", finaliza Fernando.
Mercado Casa Porto
No mesmo dia da abertura da exposição “Cadáver Esdrúxulo”, a Casa Porto das Artes Plásticas recebe, a partir das 15 horas, a 3ª Edição do Mercado Casa Porto, feira coletiva que tem a proposta de fomentar a produção de artistas, artesãos e produtores culturais da cidade dentro de um espaço multicultural voltado à exibição, à divulgação e à comercialização de produtos artísticos.
Serviço
Abertura da exposição “Cadáver Esdrúxulo”
Quando: 11 de março, sábado, às 18 horas
Onde: Casa Porto das Artes Plásticas - Praça Manoel Silvino Monjardim, Centro de Vitória
Aberta ao público