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Pessoas com deficiência apresentam seus talentos em tarde animada no CRPD
Publicada em 03/12/2014, às 17h41
Por Janete Carvalho, com edição de SEGOV/SUB-COM


Exibir os talentos das pessoas que frequentam o Centro de Referência da Pessoa com Deficiência (CRPD) foi a melhor maneira encontrada pela Prefeitura de Vitória para marcar a passagem do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, comemorado nesta quarta-feira (3), conforme instituiu a Organização das Nações Unidas (ONU), há 16 anos.
Cerca de 40 pessoas mostraram suas habilidades na II Tarde Informativa do CRPD: "Talento: eu tenho. Por que não?", nos campos da música, fotografia, artes plásticas, dança, poesia e massoterapia. Todos tinham histórias tristes para contar, mas, entre os participantes, ficou evidente a satisfação em apresentar o talento despertado como forma de superar as deficiências.
Ao som de seu violão, Josias Caldeira, de 49 anos, empolgou a plateia, que cantou sucessos junto com o artista. Ele contou que teve poliomielite aos 11 meses de vida e fez 18 cirurgias até os 16 anos.
"Minha paixão pelo violão e o prazer em cantar surgiram quando eu ainda era criança, porque nasci em um lar bastante musical, pois minha mãe era cantora lírica e meu pai, barítono. Durante muitos anos, aprendi sozinho, depois estudei Música e Sociologia. Participei de grupos musicais fazendo shows em bares durante muitos anos", contou ele.
Afastado do trabalho pelo INSS, após sofrer vários problemas de lesões no corpo, seu talento não o deixou parado. Atualmente, é professor de Música e trabalha em um coral de deficientes de Vila Velha.


Pinta com a boca e os pés
O artista plástico Mateus Costa Feu, de 18 anos, é portador de uma patologia muito rara, a artrogripose múltipla congênita, doença que nas formas mais graves afeta praticamente todas as articulações, incluindo o maxilar e as costas. A mãe dele teve toxoplasmose na gravidez e ele nasceu sem os movimentos dos membros. Seu talento de pintar com a boca e os pés foi muito aplaudido.
Também o fotógrafo Rafael Domingos Boff, de 26 anos, fez uma exposição de seu trabalho. Ele teve AVC isquêmico aos 23 anos, ficando com sequelas graves na fala e em outras partes do corpo, que afetaram seu desenvolvimento. Ele chegou debilitado e depressivo no CRPD e foi convidado a fotografar os eventos em janeiro deste ano. Segundo ele, seu interesse artístico surgiu naturalmente e, com os resultados, melhorou sua fala e sua potencialidade como fotógrafo.
Destaque de potencialidades
Chamar a atenção de todos para as potencialidades dos participantes foi o principal objetivo da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) ao promover o evento, que possibilitou a divulgação de verdadeiros artistas. A coordenadora do CRPD, Sandra Fernandes Maciel, disse que "a proposta foi chamar atenção para os deficientes com habilidades, para que sejam visíveis na sociedade".
A secretária municipal de Assistência Social, Clarice Imperial, destacou: "Essa foi uma forma alegre de demonstrar os talentos que surgiram com a frequência dessas pessoas ao nosso Centro, que é um espaço de convivência e formação de vínculos familiares e comunitários com serviços voltados para os diversos públicos, como crianças, jovens e adultos".
Ao final, todos dançaram com a banda de congo da Apae de Vitória, que cantou músicas conhecidas pelo público.

