Notícias

Dia do Bibliotecário: Vitória tem profissionais atuando em cada escola municipal

Publicada em 12/03/2015, às 13h03

Por Carmem Tristão, com edição de SEGOV/SUB-COM


Douglas Schneider
Contação de histórias na EMEF Tancredo de Almeida Neves
O bibliotecário Eduardo Valadares trabalhando contação de história para os alunos da Emef Tancredo de Almeida Neves, em São José.

É grande a contribuição que o profissional bibliotecário escolar exerce no processo de construção de saberes dos estudantes.

Reconhecendo o valor deste profissional, a Prefeitura de Vitória, nesta quinta-feira (12), em que é comemorado o Dia Nacional do Bibliotecário, celebra o fato de ser uma das poucas capitais brasileiras que possui bibliotecário em seu quadro em todas as unidades de ensino fundamental.

E é na biblioteca que estão guardados os melhores e mais preciosos tesouros, os livros, uma das portas mais importantes para o conhecimento humano.

E existe uma regulamentação para o espaço no ambiente escolar. A lei 12.244/2010 estabelece que, até o ano de 2020, todas as escolas públicas devem ter uma biblioteca.

Em Vitória, essa é uma realidade desde 2005. Ou seja, cinco anos antes da criação da lei, cada uma das 52 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef) já possuía um acervo de biblioteca próprio, com profissional da informação de nível superior responsável pelo espaço.

“Biblioteca é um importante ambiente de aprendizagem com uma função de destaque na aproximação dos estudantes ao livro e à leitura como caminhos essenciais de acesso ao conhecimento e à formação integral no processo educacional”, disse a subsecretária Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (Seme), Janine Mattar.

“O trabalho realizado na biblioteca não é para 'passar o tempo' da criança. Em tempos em que a informação chega a nós praticamente mastigada, a biblioteca escolar assume o papel de estimular o pensamento crítico, raciocínio lógico, habilidade de reflexão do estudante”, disse Eduardo Valadares, bibliotecário da Emef Tancredo de Almeida Neves, em São José.

Trabalho articulado

Desta forma, destaca-se o papel da biblioteca escolar como espaço educativo, e o bibliotecário como um profissional da educação que trabalha diretamente com os professores e corpo técnico-administrativo, desenvolvendo atividades que incentivem a prática da leitura e pesquisa escolar. Na rede municipal de ensino de Vitória, bibliotecários e professores articulam ensino e pesquisa, leitura e lazer, livro e debate crítico, com o objetivo de tornar a biblioteca um lugar de leitura, informação, memória e conhecimento.

“A leitura e a pesquisa escolar na biblioteca, por exemplo, são uma excelente estratégia de aprendizagem, pois permite maior participação do aluno nesse processo, como mais uma forma de protagonizar a construção de seu próprio conhecimento”, completou Janine.

Evolução

“Muito especulou-se que o advento da internet significaria o fim do livro. Mas isso não foi verdade, porque uma coisa não anula a outra. Os cenários apenas se transformaram. A concorrência com a internet, televisão, tablets também é grande. Mas ainda assim é possível usá-los como recursos pedagógicos. Então a gente tem que tentar fazer com que a relação da criança com o livro também se transforme”, pontuou Eduardo.

Desta forma, Eduardo defende o aprimoramento do profissional. “Não é possível ser hoje o mesmo bibliotecário de dez anos atrás. Evoluir é preciso. Nós também precisamos nos transformar, sem deixar de lado os novos recursos, aliando conhecimento e tecnologia. Nessa perspectiva tenho percebido que, em Vitória, o profissional bibliotecário tem ganhado mais espaço e mais respeito nas escolas”, pontuou.

Lugar de movimento

Na Emef Tancredo de Almeida Neves o espaço da biblioteca não pode ser considerado como um lugar apenas de silêncio. “Entendemos que biblioteca escolar deve ser considerada um espaço onde se prevaleça a vida, e a vida pressupõe movimento, expressividade, sons, liberdade de escolha e interatividade”, explicou Eduardo.

E, por causa disso, o ano letivo de 2015 foi iniciado com o projeto “Biblioteca não é apenas lugar de silêncio”, que possui várias atividades diferenciadas previstas para as turmas de 1º ao 5º ano, intercaladas com momentos de empréstimo domiciliares de livros, para que os alunos tenham a possibilidade de ler em família.

Além disso, durante os recreios os alunos da escola têm acesso à biblioteca para que possam ler, conversar e usufruir deste importante espaço de aprendizagem para que criem a cultura de que este ambiente deva ser utilizado da maneira que mais rica e prazerosa.

“Eu gosto de ler porque eu acho que a gente aprende melhor e depois pode ter um futuro de verdade. Quando eu leio, eu finjo que também estou no livro. É muito legal imaginar que eu também faço parte da história”, contou Maria Luiza Alves de Oliveira, de oito anos.

Douglas Schneider
Contação de histórias na EMEF Tancredo de Almeida Neves
Em Vitória, bibliotecários e professores trabalham de forma integrada como forma de levar mais conhecimentos para os alunos.

“Eu gosto de histórias legais. Eduardo deixa a gente escolher o livro que quiser, mas também ajuda a escolher. Eu gosto das dicas dele. E eu acho que lendo a gente aprende mais fácil”, analisou Camilo Teixeira Gomes, também de oito anos.

“Tem aluno que é bagunceiro e não sabe cuidar dos livros direito. Se a gente ganha os livros, tem que ajudar a deixar o livro inteiro. Não pode rabiscar nem amassar”, recomendou o aluno Armando Gabriel Marvila da Silva, de oito anos, referindo-se, inclusive, ao livro didático.

Se Liga na Leitura

Para dinamizar e potencializar as ações de leitura na escola, a Seme criou, desde 2013, o Projeto Se Liga na Leitura, que tem como objetivo fomentar e promover uma cultura de valorização da leitura na escola, que possibilitará o desenvolvimento de experiências concretas de acesso e uso do livro como instrumento mediador fundamental no processo de produção de sentidos, de apropriação de novos conhecimentos, de interação social, cultural e de formação da cidadania. O projeto visa, também, o acesso ao livro pela comunidade escolar, incentivando a leitura cotidiana, como meio de acesso à informação e, também, fruição.


Voltar ao topo da página