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Torta capixaba será vendida no Galpão das Paneleiras em panelas de barro

Publicada em 31/03/2015, às 11h11 | Atualizada em 01/04/2015, às 10h36

Por Fabrício Faustini (fafaustinieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi


Elizabeth Nader
Palestra de saúde sobre a campanha Outubro Rosa no Galpão das Paneleiras
Visitantes podem encontrar a tradicional panela de barro no Galpão das Paneleiras

Durante a Semana Santa, moradores e turistas que visitarem o Galpão das Paneleiras, em Goiabeiras, poderão também comprar a tradicional torta capixaba, que virá servida na original panela de barro.

Desta quarta (1º) até sábado (4), das 9 horas às 18h30, e no domingo (5), das 9 às 17 horas, as delícias da tradicional culinária local serão comercializadas em um dos principais atrativos de Vitória. As tortas, que serão oferecidas em panelas de barro produzidas ali mesmo, vão ser vendidas nos tamanhos pequeno, médio e grande.

A torta pequena, que serve quatro pessoas, custa R$ 100; a média, para seis pessoas, R$ 120; e a maior, para oito, R$ 140. O valor já inclui a panela. 

O Galpão das Paneleiras conta, ainda, com um Centro de Informações Turísticas (CIT). Estruturado para receber os visitantes, o espaço oferece mapas, guias, fôlderes e folhetos que apresentam as belezas de Vitória. Ele funciona de terça-feira a sábado, sempre das 9 às 17 horas, com o auxílio de técnicos da Secretaria Municipal de Turismo, Trabalho e Renda (Semttre).

O galpão tem 32 cabines, todas com bancada, armário e prateleiras individuais. No segundo piso, existe uma área que permite aos visitantes visualizar todo o trabalho nas cabines.

Referência

Segundo o secretário de Turismo, Trabalho e Renda de Vitória, Leonardo Krohling, os turistas têm no local a oportunidade de descobrir a cultura capixaba e de conhecer a centenária arte da criação das panelas de barro, uma das principais referências de Vitória, em especial durante a Semana Santa.

"Os turistas também aproveitam para comprar a verdadeira panela de barro, oferecida ali mesmo pelas paneleiras com a torta capixaba durante esta semana. O ofício das paneleiras é registrado como patrimônio histórico pelo Iphan", destacou.

Tradição

Yuri Barichivich
Prefeito Luciano Rezende faz visita para propor inovações nas Paneleiras
Berenícia Correa Nascimento (ao lado do prefeito Luciano Rezende durante visita ao galpão) está com boa expectativa para vendas na Semana Santa

A paneleira Berenícia Correa Nascimento, de 57 anos, há 42 produz a panela artesanalmente e prepara a torta. A expectativa é grande para a venda do prato típico. "Sempre na Semana Santa nos empenhamos em oferecer algo típico e com um sabor especial", contou Berenícia, que é bisneta e neta de paneleira.

"Aprendi bastante também com a minha mãe. Somos cerca de 60 trabalhadoras aqui no galpão. A estrutura é muito boa e há meses que recebemos até 1,3 mil visitantes. No ano inteiro, a média é 40 pessoas por dia e temos de nos organizar para avançar ainda mais", destacou.

História

As paneleiras receberam também o título de Indicação Geográfica (IG), reconhecido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Isso aconteceu porque o trabalho que desenvolvem tem raízes na localidade e o produto tem utilidade, arte e cultura.

A modelagem das panelas é feita manualmente. A parede da panela é levantada por meio do uso de roletes ou escavada na "bola" de argila, quando é "puxada". São utilizados os movimentos das mãos, tanto circulares como verticais, arredondando e definindo o formato da peça com a ajuda de ferramentas rudimentares, como pedras lisas, cascas de coco e objetos similares. É o mesmo procedimento utilizado pelos povos indígenas que habitaram Vitória há mais de 400 anos.


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