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Lazer: acolhidos do Abrigo 1 assistem jogo de futebol pela primeira num estádio

Publicada em 02/04/2025, às 00h00 | Atualizada em 02/04/2025, às 18h59

Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


  • Erradicação da pobreza
  • Fome zero e agricultura sustentável
  • Redução das desigualdades
  • Paz, justiça e instituições eficazes

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Acolhidos do Abrigo 1 assistem 1º jogo da final do Capixabão - Kleber Andrade
Acolhidos do Abrigo 1 assistem 1º jogo da final do Capixabão no estádio Kleber Andrade. (ampliar)

Poder entrar pelo portão principal e assistir da arquibancada uma partida de futebol profissional é uma emoção para todo amante do esporte que é uma paixão nacional, imagina para aqueles que estavam acostumados a sentir o clima dos jogos, apenas, ouvindo os gritos das torcidas do lado de fora dos estádios? Um grupo de pessoas em situação de rua, acolhidas no Abrigo Institucional de Adultos e Famílias (Abrigo 1) teve a oportunidade de entrar pelo portão principal para assistir ao jogo do Campeonato Capixaba de Futebol entre o Rio Branco X Porto Vitória, na noite desta terça-feira (1), no Estádio Kleber Andrade.

Um deles foi Adeildo. Pela primeira vez dentro de um estádio, ele expressou seu contentamento de poder estar ali. "Foi ótimo ainda mais para mim que estava torcendo e o time ganhou. Foi muito bom pela oportunidade de assistir ao jogo em que o estádio estava lotado", disse ele. Adeildo ficou tão impactado que já pensa em nova oportunidade, como a de acompanhar a final do campeonato capixaba.

O jogo entre Rio Branco e Porto Vitória também teve a estreia de Gilsinei como público, dentro do estádio Kleber Andrade. "Foi muito legal. É muito bom. Tem segurança, tranquilidade para assistir. Foi tudo beleza, graças a Deus", afirmou ele. Ir ao estádio também foi uma atividade externa que agradou muito ao Adelino. "A apresentação dos times foi um momento muito bonito. E o jogo foi bem legal", comentou ele.

Assistindo ao jogo entre os colegas do Abrigo 1, Antônio Carlos era só elogios pela iniciativa da equipe daquele espaço socioassistencial. "Foi muito bom para minha mente. Nos divertimos muito. Melhor ainda que estava torcendo para o time que ganhou", falou ele. Antônio Carlos gostou tanto que disse que vai pedir muito para que seja dada a oportunidade de voltarem ao Kleber Andrade para acompanharem a final do campeonato. Os ingressos foram doados pelo time Porto Vitória.

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Acolhidos do Abrigo 1 assistem 1º jogo da final do Capixabão - Kleber Andrade
Acolhidos do Abrigo 1 assistem 1º jogo da final do Capixabão no estádio Kleber Andrade. (ampliar)

O coordenador do Abrigo 1, Rodrigo Trindade, disse que a ida ao estádio foi mais uma ação desenvolvida pela equipe local para garantir aos acolhidos o direito ao lazer. "Todas nossas ações são planejadas, conversadas com os acolhidos. No Abrigo 1, eles têm uma jornada pedagógica socioassistencial intensa e inclusiva, acesso para frequentar turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA), oficinas de esportes, cultura lazer entre outras atividades pedagógicas. Acontecem permanentes encaminhamentos em rede, sempre de acordo com o Plano Individual de cada acolhido, buscando de forma incessante a superação da condição de rua".

"O lazer nos espaços públicos e outros territórios é mais uma ação estratégia para mudar a visão de mundo e sentimento de pertencimento a cidade por aqueles munícipes", comentou Trindade.

O decreto 7.053 de 23 de dezembro de 2009, do Governo Federal, define como população em situação de rua o "grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória".

A secretária de Assistência Social, Soraya Manato, comentou que a sociedade precisa entender que este é um tema complexo, mas que a gestão tem trabalhado com a oferta de dois Centros de Referência para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop), além de 5 abrigos institucionais, 1 Casa de Passagem e 1 República, totalizando 215 vagas de acolhimento.

A Semas possui uma estrutura formada por 7 unidades. Nesses espaços, são ofertados acolhimento 24 horas, pernoite, alimentação, acompanhamento psicossocial, encaminhamento para as demais políticas públicas, com objetivo da reinserção familiar ou comunitária.


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