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Biblioteca amplia acervo literário em formato para pessoas com deficiência

Publicada em 13/06/2024, às 19h20 | Atualizada em 13/06/2024, às 19h20

Por SEGOV/SUB-COM (secomeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


  • Educação de qualidade
  • Redução das desigualdades

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Obras já estão disponíveis na Biblioteca Municipal.
As obras já estão disponíveis na Biblioteca Municipal de Vitória. (ampliar)

O que "O menino que descobriu o vento" e "Clara dos Anjos" têm em comum? É que ambos são livros de literatura produzidos em braille, formato acessível para leitura de pessoas com deficiência.

A leitura é um direito de todos, indistintamente. Para a garantia desse direito, na prática, são necessárias ações de acessibilidade cultural. Dessa forma, a Secretaria de Cultura de Vitória (Semc), por meio de uma parceria com a Fundação Dorina Nowill para Cegos (FDN), a partir do projeto "Rede de Leitura Inclusiva", segue ampliando o acervo acessível da Biblioteca Pública Municipal Adelpho Poli Monjardim, localizada no Centro Histórico de Vitória.

Nesta semana, a instituição recebeu dois novos títulos em braille: "O menino que descobriu o vento", de William Kamkwamba e Bryan Mealer, pela Editora Principis; e "Clara dos Anjos", de Lima Barreto, pela Editora Autêntica. Com essa aquisição, a biblioteca passa a ter um acervo de 142 obras acessíveis, em diversos formatos: audiolivros; braille; braille e tinta; braillinho tagarela (canetas interativas que fazem a audiodescrição das páginas); entre outros suportes textuais.

"Essas ações têm grande relevância para todas as pessoas, principalmente para as pessoas com deficiência. O acesso aos livros em formatos acessíveis, objetivando a leitura inclusiva, é papel fundamental da biblioteca pública", afirmou a bibliotecária Elizete Caser.

Os livros

O menino que descobriu o vento, de William Kamkwamba e Bryan Mealer - Editora Principis.

Quando uma terrível seca atinge o pequeno vilarejo onde William Kamkwamba vivia, no Malaui, sua família perde todas as safras da estação, ficando sem ter o que comer ou vender, impossibilitando também a continuidade dos estudos de William. Assim, o garoto passa a explorar os livros de ciências na biblioteca de sua aldeia e lá tem uma ideia que muda a vida de sua família para sempre.

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Com essa aquisição, a biblioteca passa a ter um acervo de 142 títulos de livros acessíveis.
Com essa aquisição, a biblioteca passa a ter um acervo de 142 títulos de livros acessíveis. (ampliar)

Clara dos Anjos, de Lima Barreto - Editora Autêntica.

Tema atualíssimo, Clara do Anjos é uma espécie denúncia das mais contundentes do preconceito social e racial vigente na sociedade brasileira. Ambientado no Rio de Janeiro, esse romance, concluído em 1922, é uma das muitas investidas de Lima Barreto sobre o tema da discriminação, em que ele também expõe, por meio de sua protagonista, uma jovem suburbana e sua dramática história, as nefastas consequências da formação repressora dada às mulheres.

Rede de Leitura Inclusiva

A ação é resultado de uma parceria entre a Semc e a Fundação Dorina Nowill para Cegos, pioneira na atenção e educação de pessoas com deficiência visual no Brasil, a partir do projeto "Rede Nacional de Leitura Inclusiva", um projeto da Fundação que busca fomentar o acesso à leitura e à informação para pessoas com deficiência, fornecer livros acessíveis e engajar profissionais que atuam com o livro à leitura e com esse público. O objetivo é tornar o livro e a leitura acessíveis a partir de diferentes estratégias, metodologias e recursos de tecnologia assistiva.

"Livros em formatos acessíveis são estratégias fundamentais para o processo de formação da leitora e do leitor numa perspectiva inclusiva. Importa que sigamos, cada vez mais, ampliando e fortalecendo iniciativas dessa natureza", destacou a gerente de programa na Semc e mediadora da Rede de Leitura Inclusiva do Espírito Santo, Lilian Menenguci.

Braille

O braille é um sistema de escrita e leitura tátil para pessoas cegas. Ele foi criado pelo francês Louis Braille, que ficou cego aos três anos de idade em razão de um acidente que causou a infecção dos dois olhos. O sistema consta do arranjo de seis pontos em relevo, dispostos na vertical em duas colunas de três pontos cada, no que se convencionou chamar de "cela braille". A diferente disposição desses seis pontos permite a formação de 63 combinações ou símbolos para escrever textos em geral, anotações científicas, partituras musicais, além de escrita estenográfica.


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