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Abrigo 1 de Vitória promove turismo social com acolhidos

Publicada em 24/03/2025, às 00h00 | Atualizada em 24/03/2025, às 16h56

Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


Foto Divulgação
Acolhidos do Abrigo 1 participam de passeio pela Baía de Vitória
Acolhidos do Abrigo 1 participam de passeio pela Baía de Vitória. (ampliar)

Os trabalhadores do Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias de Vitória, mais conhecido como Abrigo 1, se apoiaram no ditado popular "ninguém volta igual de uma viagem" para levar os acolhidos do espaço para uma "viagem" pela Baía de Vitória. O grupo teve a oportunidade de fazer um Turismo Social e os relatos de quem participou vão desde a alegria de conhecer novos territórios, despertar de memórias afetivas até a ampliação do conhecimento do mundo.

De acordo com o coordenador do Abrigo 1, Rodrigo Trindade, a organização do passeio seguiu a proposta de empreender o turismo como um direito social, somando-se a outras ações desenvolvidas dentro do espaço como forma de alavancar o processo de superação da condição de rua, redução de suas vulnerabilidades e o alcance da autonomia.

Trindade explicou que o primeiro passo para efetivação da ação foi a definição de um roteiro que percorresse pontos turísticos e uma vista privilegiada da cidade - passeio pela Baía de Vitória até o terminal aquaviário de Porto de Santana - depois, foi estruturado parceria com a Secretaria de Esportes (Semesp) para que fosse ofertada também atividade física às margens da Baía.

"A intenção era que eles tivessem uma vivência que despertasse boas memórias e contribuísse para a construção de novas experiências positivas", disse o coordenador. Rodrigo Trindade fez questão de evidenciar a importância da união das políticas públicas do município para o sucesso do trabalho social. "Esse tipo de passeio envolve inclusão social, cultura, esporte, lazer e entretenimento, pensado e organizado junto aos usuários do serviço, equipe de educadores, administrativo, equipe técnica e o professor de educação física da Semesp", disse ele.

Pelas declarações dos usuários, o objetivo foi atingido com sucesso. Como demonstrou Rhonielon que está no Abrigo 1 há pouco tempo quatro dias. Segundo ele, a viagem pelas águas da Baía de Vitória despertou o interesse de conhecer novos lugares e trouxe a sensação de tranquilidade e bem-estar. "Gostei muito da caminhada até o ponto de embarque na Praça do Papa e, também, do alongamento feito ali naquele lugar ao ar livre foi muito legal. É uma sensação diferente poder caminhar tranquilo, observar as pessoas, a sinalização do trânsito", expressou Rhonielon.

Ao final do passeio, Rhonielon fez questão de expressar seus sentimentos. "Voltei para o Abrigo feliz. O passeio foi legal porque tive a oportunidade de ver um navio de perto. De apreciar o Penedo bem de pertinho. E conhecer outro bairro , Porto de Santana. Seria muito bom se tivesse outras oportunidades como esta", falou ele.

Foto Divulgação
Acolhidos do Abrigo 1 participam de passeio pela Baía de Vitória
Acolhidos do Abrigo 1 participam de passeio pela Baía de Vitória. (ampliar)

Wellington foi outro que disse ter voltado do passeio muito feliz. Ao ser questionado sobre como um passeio tão simples, barato e rápido podia trazer esta sensação, Welington foi direto na resposta: "A gente passa muito tempo no acolhimento e nas ruas não temos oportunidade pela nossa condição. Então, agora estou tendo uma oportunidade que nunca tinha tido na vida".

Wellington disse que ter acesso aos lugares, estar em contato com a natureza, circular pela cidade sem olhares diferentes traz uma sensação muito boa. "Tenho que agradecer as equipes que proporcionaram isso para mim, para todos daqui. Eu vi partes de Vitória que eu nunca tinha visto antes. Eu vi lugares que nunca tinha visto", falou emocionado.

A secretária de Assistência Social, Soraya Manato, disse que é preciso reconhecer o direito da população em situação de rua ao lazer. "O lazer, também, é um direito social que deve ser ofertado por meio de políticas públicas. Todos devem ter este direito. O trabalho desenvolvido nos nossos espaços voltados ao acolhimento desta população é fundamental para a inclusão social, redução da desigualdade, combate ao preconceito e, principalmente, para que possam superar esta condição de vulnerabilidade extrema", reforçou Soraya Manato.


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