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No Dia das Crianças, felizes as que têm o carinho de uma Família Acolhedora

Publicada em 03/10/2017, às 14h39

Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi


Leonardo Silveira
Projeto Família Acolhedora - Dona Maria Auxiliadora
Maria Auxiliadora, conhecida como "Cici", já acolheu temporariamente oito crianças em seu lar: "Foi um dom que Deus me deu"

Na temporada marcada por festas e comemorações pelo Dia das Crianças, a maior alegria para muitas delas seria simplesmente ganhar um lar. Para realizar esse sonho e dar novas perspectivas de vida para aquelas que sofreram algum tipo de violência, o programa Família Acolhedora está recebendo inscrições e vai promover uma capacitação para esse acolhimento temporário a partir do próximo dia 10.

Feliz da vida está a pequena R., de 3 anos de idade, a oitava criança acolhida temporariamente pelo casal Maria Auxiliadora Coutinho e Jorge Manuel Bezerra. A pequena é o xodó de toda a família: os filhos, as noras, os genros e os netos do casal e um irmão de Auxiliadora. "Não temos luxo, mas R. tem tudo do que necessita, além da atenção de todo mundo", diz Maria Auxiliadora, conhecida como "Cici".

Cici lembra que R. chegou em maio, quando não falava nem o nome e ainda usava fraldas. "Conseguimos tirar as fraldas, ganhamos a confiança dela e ela aprendeu a falar. Só que não parou mais", brincou.

Convivência

Ela se lembra de todas as crianças que acolheu e só perdeu contato com uma delas. "Foi um dom que Deus me deu. Aqui temos muito carinho, mas também temos regras e respeito. Sou a 'Super Nani'", diz, referindo-se à apresentadora de um programa de televisão.

Leonardo Silveira
Projeto Família Acolhedora - Leomar Waiandt
Leomar Waiandt conta que está aprendendo muito com o pequeno M., de 5 anos de idade

Mudança de vida

O programa Família Acolhedora está proporcionando uma nova experiência de vida para o casal Jamille Rodrigues Severino e Leomar Waiandt. Casados há cinco anos, eles receberam o pequeno M., de 5 anos de idade, em maio. "Estamos aprendendo tudo com ele, e nossa vida mudou completamente desde que ele chegou. É maravilhoso", diz Leomar.

"Ele chegou um pouco desconfiado, mas logo se integrou completamente ao convívio com as outras crianças aqui do prédio e com todos os moradores", disse.

O processo até a chegada de M. à nova família demandou várias entrevistas, documentação, um período de visitação no abrigo institucional e adaptação. Ao todo, foram seis meses. "É um processo criterioso, mas valeu a pena esperar", diz Leomar.

Família Acolhedora

O programa Família Acolhedora proporciona às crianças e aos adolescentes, como R. e M., afastados da família de origem mediante determinação judicial, o acolhimento em um ambiente familiar estruturado, no qual receberão afeto, cuidado e proteção.

Em Vitória, o Família Acolhedora é desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), em parceria com a Fundação Fé e Alegria do Brasil, uma obra da Companhia de Jesus. São atendidos crianças e adolescentes entre zero e 18 anos incompletos que sofreram algum tipo de negligência, violência ou abandono. 

As famílias que se dispõem a acolher passam por algumas etapas até a habilitação, de forma a ajustar as necessidades dos assistidos à rotina da família acolhedora. Além do apoio psicossocial da equipe técnica da Fé e Alegria, a família acolhedora recebe um auxílio financeiro para custear algumas despesas em sua residência.

Inscrição

Para se tornar uma Família Acolhedora, é necessário residir em Vitória, ter entre 25 e 70 anos, boas condições de saúde física e mental e não ter pendências judiciais na área criminal. Além disso, é preciso dispor de tempo para o convívio com a criança ou adolescente acolhido e participar das capacitações e encontros agendados pela equipe técnica do serviço.

Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (27) 3019-8060 ou 99791-7199 ou pelo e-mail familiaacolhedora@fealegria.org.br


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