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Museu do Pescador: pintura pop de Júlio Schmidt na exposição "Copo de Mar"

Publicada em 08/08/2017, às 07h00

Por Leo Vais, com edição de Matheus Thebaldi


Foto Divulgação
Exposição Copo de Mar
Exposição "Copo de Mar" traz pinturas em objetos do cotidiano e mostra o conceito pop do artista

O uso de objetos de consumo deslocados do seu universo tradicional, reproduzidos em grande escala e sempre por meio da pintura. Com elementos da "pop art", Júlio Schmidt foi abrindo um caminho de sucesso na sua trajetória. Prova disso são os trabalhos “Atum sólido ao natural em água e sal”, “Sardinhas em molho de tomate” e “Sardinhas em óleo comestível”, que fazem parte da exposição “Copo de Mar”, em cartaz no Museu Histórico da Ilha das Caieiras “Manoel dos Passos Lyrio” (Museu do Pescador).

A aproximação do artista com a arte começou na adolescência, quando atuou como artesão, ocasião em que comercializou pinturas em superfícies diversas como lona, cerâmica e tecido. "Nesse período, começou, de fato, o interesse pela história e pelas técnicas. O conceito e as teorias aconteceram posteriormente, o que levaram a buscar o mundo acadêmico e ingressar em universidade, para entender e direcionar a profissão", relembra Schmidt.

Exposição

A mostra reapresenta ao público três trabalhos premiados nos Salões do Mar, nos anos de 1999 e 2001, e que pertencem ao acervo da Casa Porto das Artes Plásticas: "Roupa de Sereia", de Maruzza Valdetaro, e "Cuidado com os Parcéis", de Rosindo Torres, além dos trabalhos de Júlio Schmidt que foram pensados para atender à demanda proposta pelo edital à época.

"Após pesquisar e localizar rótulos e embalagens belíssimas de produtos noruegueses e portugueses que até tinham uma relação colonizadora, optei por ir ao mercado e adquirir o que me era ofertado. Não era o que o mar me trazia, mas o que me mediavam ou simulavam, no caso, a indústria. Foi essa a estética que encontrei aqui e levei para o ateliê".

A ideia era trazer para o espaço expositivo algo comum à vida das pessoas e ressignificá-lo. "O estímulo maior mesmo nessas obras é poder perceber o simulacro e algumas de suas artimanhas. O display publicitário permitiu isso, o gigantismo e a escolha das imagens são uma estratégia do marketing publicitário para evidenciar um produto. Assim o uso desses displays permitiam usar técnicas de construção, pictóricas ou escultóricas. Era usar um simulacro, uma maquete, para evidenciar uma questão, ou fazê-lo ser percebido de outra forma".

O trabalho ganhou o 1º prêmio na 3ª edição do Salão Capixaba do Mar, em 2001. Para Júlio, olhar para sua obra depois de tanto tempo reafirma a certeza de ter feito o que ele sempre desejou fazer. “O trabalho ainda tem a mesma força de quando foi construído, mais de 15 anos atrás. Nesse caso, somente a conservação adequada pode permitir essa dignidade para obras".

Currículo

Foto Divulgação
Júlio Schmidt_Copo_de_Mar
Aproximação do artista com a arte começou na adolescência, quando atuou como artesão, ocasião em que comercializou pinturas em superfícies diversas

Bacharel em Artes Plásticas pela Ufes. Como autodidata, produz artesanato, pintura e desenho desde 1976. A partir de 1990, como autônomo, confeccionou em ateliê comercial peças para cenotécnica com maior ênfase nos serviços de ambientação temática. Na área da cenografia, atuou como assistente e designer para teatro, cinema, comerciais de TV e eventos. Participou de coletivas no Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória, onde realizou trabalhos individuais. Reside e trabalha em Vitória.

Serviço
Exposição Copo de Mar
Obras de Júlio Schmidt, Maruzza Valdetaro e Rosindo Torres
Visitação: até 6 de outubro. Terça a sexta, das 13 às 17 horas; sábado e domingo, das 11 às 15 horas
Onde: Museu Histórico da Ilha das Caieiras "Manoel dos Passos Lyrio" - Museu do Pescador - Rua Felicidade Correia dos Santos, 1095
Aberto ao público

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