Prefeitura de Vitória

Ela sofreu violência doméstica e duas tentativas de estupro. Foi para contar essa história e como as mulheres podem se defender desses tipos de agressão que a ex-lutadora de MMA Érica Paes esteve em Vitória, na tarde desta terça-feira (18), para ministrar a palestra "Prevenção e enfrentamento da violência contra mulher", no Centro Integrado de Cidadania (CIC) Zumbi dos Palmares, mais conhecido como Casa do Cidadão, em Itararé.

Érica, que assessora o Departamento de Enfrentamento à Violência da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, contou um pouco da sua experiência e ensinou algumas técnicas para que as mulheres não sejam alvo de agressores.

Após tomar conhecimento do número de vítimas no Estado, Érica articulou a visita a Vitória para colaborar no enfrentamento a essa violência. "Esse é um trabalho que não é contra os homens, é contra a violência. Existem príncipes encantados, mas infelizmente existe uma espécie de homem que faz com que existam esses números assustadores", disse.

Tipos de violência

Entre os tipos de violência citadas na palestra, estão: moral, sexual, patrimonial e física. Érica também fez demonstrações para a plateia de como a mulher pode se livrar de situações como abusos que acontecem em transporte público e também em casos de vulnerabilidade para o ataque sexual.

No final da apresentação, Érica fez um apelo pelo fim da violência. "Parem de nos matar, de nos espancar e de nos estuprar. Não deixe acontecer nenhuma agressão contra você. Isso serve também para os homens. A gente precisa muito do apoio de vocês nesse enfrentamento à violência contra a mulher", disse.

Aprendizado

A secretária municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Nara Borgo, lembrou que esse foi um momento muito especial de aprendizado, principalmente em um Estado que tem um dos maiores índices de violência contra a mulher no País.

"Por mais que a gente veja manifestações de que a violência tem diminuído, é importante lembrar que a redução acontece em relação à mulher branca. Mas o índice das mulheres negras aumentou muito. Então, se a violência contra as negras, as trans e as lésbicas aumentou, a gente percebe que ainda tem um longo caminho para percorrer".

Nara destacou ainda que a violência contra a mulher não é só a doméstica. Ela acontece nas ruas, na escola e no trabalho. "Não é uma agressão física ou sexual. Tem a violência moral, patrimonial e psicológica. Esse momento (palestra) é muito importante para que possa trazer essa discussão para que a gente saiba como se autoproteger".