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Estudantes dialogam sobre combate à violência com jovens atendidos pelo Iases

Publicada em 20/03/2019, às 15h10 | Atualizada em 21/03/2019, às 15h03

Por Paula M. Bourguignon, com edição de Matheus Thebaldi

Com a colaboração de Edlamara Conti


Guimedce Paixão
Adolescentes em conflito com a Lei
Juiz Vladson Couto Bittencourt, da Vara da Infância e Juventude, conversou com os estudantes da Emef Marechal Mascarenhas de Moraes
Guimedce Paixão
Adolescentes em conflito com a Lei
Estudantes tiveram a oportunidade de conversar com jovens que cumprem medida socioeducativa no Iases

Troca de experiências e superação. Essas são características que definem o Projeto de Prevenção Contra a Violência na Escola, que promoveu uma ação para os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Marechal Mascarenhas de Moraes, em Maria Ortiz, na manhã desta quarta (20).

O projeto tem como objetivo conscientizar a comunidade escolar sobre os diferentes aspectos da violência, as causas e as consequências, além de promover reflexões sobre cidadania para os estudantes.

"Esse projeto foi desenvolvido pelos profissionais da rede do território Continental. Viemos pontuando os altos índices de violência nesse território e elaboramos um projeto de prevenção contra esses atos. O projeto é inovador, pois está trazendo a discussão da violência para os jovens na escola, onde eles têm a liberdade e a dinâmica para levar a sua realidade e conversar com os profissionais sobre a temática. É uma troca mútua", disse o psicólogo do Cras Continental, Marcelo Vitor Caputo.

O primeiro encontro aconteceu no último dia 12 e teve como temática "Adolescentes em conflito com a lei". Dando continuidade à programação, o juiz da 3ª Vara da Infância e Juventude de Vitória, Vladson Couto Bittencourt, falou para os estudantes sobre responsabilização dos jovens no Brasil, medidas socioeducativas e fases da internação.

Ele levou dois adolescentes que são atendidos pelo Instituto de Atendimento Socioeducativo do Estado (Iases) e que cumprem medida socioeducativa para conversar com os alunos. 

"Acho muito importante para ambos os lados essa troca de experiências. Temos um projeto de sempre levar a academia para as unidades de internação. Queremos aproximar esse contato e mostrar para esses adolescentes referências positivas na vida deles. Os estudantes conhecem uma realidade que, para eles, ainda não existia", disse o juiz.

Superação

Um dos adolescentes relatou: "Minha vida não foi fácil. Entrei nessa vida com 12 anos por influência de amigos. Cometi vários erros e atos infracionais, como roubo. Hoje me arrependo. Pretendo mudar de vida quando sair da internação. Já realizei 10 cursos lá e pretendo colocar em prática ou fazer uma faculdade de Direito ou Engenharia Mecânica", disse o jovem M., de 17 anos

"Depois que fui apreendido que fui dar valor às pessoas que gostavam de mim. Eu não sabia o que era a dor da saudade. Eu descobri que tudo que o crime vivenciou eu perdi. São pessoas que querem mudar. Temos que ter responsabilidade. As palavras que nos definem são superação e confiança", relatou J., de 15 anos.

Experiência positiva

Os alunos da Emef aprovaram a iniciativa e a oportunidade. "Achei muito bom para sabermos o que se passa e o que eles sofrem quando cometem algum erro", disse Kaynane Vieira Costa, de 15 anos.

"Essa troca de experiência foi boa. Eles erraram, mas podem consertar. Todo mundo tem direito a uma segunda chance. Eles agora estão no caminho certo e podem dar a volta por cima", comentou Leonardo da Silva Simões Pimentel, de 13 anos. 

Programação do projeto

Abril
Violência na escola: bulling e automutilação

Maio
Violência sexual infantil

Junho
Violência contra a mulher e minorias

Agosto
Violência contra a pessoa com deficiência

Setembro
Preconceito racial

Outubro
Violência contra idosos


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