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Área para queima de panela de barro ganha mais conforto e segurança
Publicada em 15/12/2018, às 16h05
Por Josué de Oliveira, com edição de Josué de Oliveira
A obra de urbanização do espaço tradicional de queima da panela de barro do Galpão das Paneleiras, em Goiabeiras, foi inaugurado na manhã deste sábado. Com o novo espaço, as artesãs que atuam no local terão mais conforto e segurança em seus trabalhos.
O local também ganhou um deque de madeira flutuante para ancoragem de barcos e ancoradouro. Além disso, os visitantes poderão ver de perto a arte de fazer panelas de barro, um saber passado por gerações há mais de 400 anos pelas paneleiras.
Em seu discurso, o prefeito Luciano Rezende reforçou que a partir de agora as paneleiras vão poder trabalhar com mais conforto e o local ainda vai impulsionar o turismo na região.
"O galpão está maravilhoso. Foi um estudo arquitetônico pensado junto com a comunidade para ficar perfeito. Então, hoje, eu tenho um sonho realizado", comemorou.
O prefeito informou ainda que em breve os turistas e moradores vão poder fazer de lancha o circuito Ilha das Caieiras x Galpão das Paneleiras. "A gente quer que as pessoas comprem as panelas, visitem os restaurantes e conheçam o manguezal".
O gerente administrativo da Faculdade Multivix, Álvaro Milleri, também destacou a importância do diálogo com a comunidade para a finalizaçao do projeto. "O que está sendo entregue aqui é o melhor que a arquitetura poderia dar para esse lugar", pontuou.
Revitalização
A área ao lado do Galpão das Paneleiras passa a contar também com drenagem, pavimentação e seis locais para aplicação de tanino, que poderá ser reaproveitado. Há, ainda, dois reservatórios para a guarda de madeira. A rua também foi pavimentada e ganhou calçadas acessíveis. O investimento nas obras foi de R$ 506 mil.
De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento, Inovação e Turismo de Vitória (CDV), Leonardo Krohling, o Galpão das Paneleiras é o segundo atrativo turístico mais visitado de Vitória e representa a história e a cultura da capital. Ele destacou a valorização da área de queima e do entorno.
"Estou muito satisfeito em poder entregar um equipamento com essa cara, voltado para o mar e onde, com maré cheia, as pessoas podem chegar de barco para poder visitar", disse.
Patrimônio
A técnica utilizada na produção de panelas de barro é de origem indígena, caracterizada por modelagem manual, queima a céu aberto e aplicação da tintura de tanino.
É na panela de barro que se fazem a torta e a moqueca capixabas, pratos ícones da culinária de Vitória e também do Espírito Santo.
O ofício das paneleiras foi, inclusive, é o primeiro bem imaterial reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro, registrado no Livro dos Saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "Por isso a gente fala que o nosso carinho por vocês é especial", disse a superintendente do órgão, Elisa Taveira.