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Alunos surdos da rede municipal vão participar de sessão acessível no Planetário
Publicada em 13/09/2018, às 12h32 | Atualizada em 13/09/2018, às 12h34
Por Renata Moreira, com edição de Matheus Thebaldi
Crianças e jovens surdos matriculados nas escolas da rede municipal de ensino de Vitória vão participar mais uma vez de uma "sessão acessível" no Planetário de Vitória.
O encontro, promovido pela Secretaria Municipal de Educação (Seme), acontece nesta sexta-feira (14), às 14h. A sessão foi produzida a partir do livro "A Criança Mágica", lançado em abril deste ano pela escritora e professora doutora Lilian Menenguci.
A obra conta com ilustrações de Rosaria Moreira e é o terceiro livro da autora voltado para o público infantojuvenil.
De acordo com a coordenadora de Educação Especial, Ana Lúcia Sodré, a obra foi interpretada em Língua Brasileira de Sinais pelo professor Alberto Oliveira Leite, que é surdo. Assim, os estudantes poderão assistir a uma sessão pensada e organizada para eles.
"Esses encontros são grandes oportunidades para crianças, jovens e adultos surdos e ouvintes usuários dessa língua exercerem algo essencial para todos nós, a comunicação. Ao se encontrarem, podem discutir, poetizar, se emocionar, dialogar, questionar, sonhar e imaginar, tornando a sua língua viva", explicou Ana Lúcia.
Sessões acessíveis
A primeira sessão acessível para pessoas surdas com a adaptação em Libras foi lançada em 2015, quando foi adaptada a obra "A lua tomou chá de sumiço", de Maria Amália Camargo, com ilustração de May Shuravel.
Em 2016, foi lançada a segunda sessão, com adaptação da obra "Lilo em apuros" e "Sementes da esperança".
Essas ações são desenvolvidas pelo Planetário de Vitória e pelas secretarias municipais de Educação (Seme) e Cultura (Semc), em parceira com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Dia Nacional do Surdo
Para celebrar o Dia Nacional do Surdo (26 de setembro), a Seme realizará ações durante todo o mês - conhecido como Setembro Azul - para marcar a luta da comunidade surda.
A escolha é uma homenagem à criação da primeira Escola de Surdos do Brasil, em 1857, no Rio de Janeiro, que atualmente é conhecida como Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Uma das principais conquistas dos surdos ao longo dos anos foi o reconhecimento nacional da Libras (Língua Brasileira de Sinais), através da lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e do decreto nº 5.626/2005.
Educação de Surdos em Vitória
A Política de Educação de Surdos da rede municipal de Vitória incorpora o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e a modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda, numa perspectiva bilíngue.
O objetivo é garantir o processo de escolarização dos estudantes surdos em sala de aula comum e no Atendimento Educacional Especializado, com oferta no contraturno de um projeto socioeducacional, preferencialmente em tempo integral, voltado para atender às necessidades educacionais específicas desses alunos.
Números
Atualmente, o município conta com 42 crianças e jovens surdos na rede municipal de ensino de Vitória, sendo sete em Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis), 32 em Escolas Municipais de Educação Infantil (Emefs) e três na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Ao todo, são 54 profissionais especializados, entre professores bilíngues, tradutores e intérpretes de Libras e professores de Libras, sendo esse último cargo ocupado por profissionais surdos.
O município dispõe de oito escolas-referência para matrícula de estudantes surdos: seis Emefs e dois Cmeis. A rede municipal envolve os estudantes surdos no currículo escolar, nas práticas pedagógicas e nos processos de avaliação da aprendizagem desencadeados em sala de aula regular.